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O cantor Gilberto Gil deixa o ministério brasileiro da cultura para se dedicar à sua música

Le Monde - França, 01/08/2008, Annie Gasnier/Le Monde/França/Mídia Global/Uol/Brasil

Já no final do primeiro mandato presidencial de Lula, em 2006, o ministro cantor havia manifestado seu desejo de deixar o governo, do qual ele era um dos mais antigos integrantes

Gilberto Gil volta a se dedicar ao seu público e à sua música. O ministro da Cultura brasileiro entregou, na quarta-feira (30), sua demissão para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O Brasil não pode limitar Gilberto Gil à política”, brincou o chefe do Estado, que finalmente aceitou a saída do seu “melhor embaixador do Brasil no exterior”.

Já no final do primeiro mandato presidencial de Lula, em 2006, o ministro cantor havia manifestado seu desejo de deixar o governo, do qual ele era um dos mais antigos integrantes. O músico, que é originário de Salvador, na Bahia, havia assumido suas funções em Brasília em 1º de janeiro de 2003, depois de um show no qual ele comemorara a chegada do antigo operário metalúrgico ao palácio presidencial do Planalto. Ele será substituído provisoriamente pelo seu secretário-geral, Juca Ferreira, que já havia exercido a função regularmente durante as ausências do ministro. Com isso, Gilberto Gil não presidirá, portanto, as festividades do Ano da França no Brasil, em 2009, um projeto que ele havia apresentado recentemente no Rio de Janeiro.

Ao apresentar um balanço da sua gestão, o ministro demissionário avaliou como positiva sua ação no campo da cultura. A sua popularidade lhe proporcionou uma grande visibilidade, e ele tentou desenvolver uma dinâmica cultural nacional. O seu programa, “Mais cultura”, planejou o investimento de 2 bilhões de euros (cerca de R$ 4,9 bilhões) daqui até 2010. Entretanto, Gilberto Gil não havia obtido uma valorização financeira conseqüente do seu orçamento anual.

Muito famoso, tanto em seu país quanto no exterior, uma celebridade que ele deve aos 40 álbuns de músicas que gravou ao longo de mais de 40 anos de carreira, Gilberto Gil na verdade nunca chegou a abandonar a valer sua profissão de artista, em função de um acordo fechado com o presidente Lula. Até o dia em que o comitê de ética do governo lhe pediu para separar a música da política, limitando a sua vida de músico às suas férias.

Ainda assim, os cinco anos e meio que ele passou no ministério permanecerão marcados pelos shows que ele deu, por ocasião de eventos excepcionais, entre os quais as suas apresentações nas Nações Unidas em 2003, ou durante a visita ao Brasil da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice. E foi ao retornar de uma série de concertos em sete países, inclusive na França, que o artista de 66 anos anunciou querer se dedicar àquilo que ele mais gosta na vida: cantar.

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