A primeira reunião entre representantes e agentes culturais envolvidos em museus e centros culturais indígenas será realizada nos dias 15 e 16 de setembro, no Rio de Janeiro, uma promoção da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SID/MinC), em parceria com o Museu Nacional da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ).
O encontro, que acontece no Museu Nacional, tem como objetivo criar e operar uma rede de articulação voltada para fortalecer a identidade cultural e o protagonismo indígena. Também nesta terça-feira (dia 15), às 17h, será inaugurada a exposição Os primeiros brasileiros, que permanece aberta até o dia 29 de novembro.
Participam da reunião, o secretário Américo Córdula, que vai apresentar as ações da SID/MinC, representantes da Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas e Espírito Santo (APOINME), Museu Rondon e Associção Sakore Winã da Terra Indígena Ponte de Pedra do Mato Grosso, Conselho Indígena de Roraima, Museu Comunitário da Aldeia de Meruare do Mato Grosso do Sul, Centro Cultural dos Potiguara e Centro Cultural Tapeba do Ceará, Museu Indígena da Aldeia Pataxó de Coroa Vermelha da Bahia, dentre outros.
A criação de uma rede articulada de museus etnográficos e centros culturais indígenas promoverá a mútua circulação de informações, saberes técnicos, programações, obras e ações comuns nas áreas de capacitação, conservação e divulgação cultural, além de apontar caminhos para melhor inserção desses povos nas políticas públicas.
Os museus e centros culturais indígenas contam uma história única, diferente, específica e em total contraste com as práticas comuns dos museus convencionais. Portanto, necessitam desenvolver uma perspectiva diferenciada para poder contribuir para o reconhecimento das diversas culturas indígenas.
O pioneirismo do Museu Magüta, de Benjamin Constant/AM, por exemplo, levou-o ao reconhecimento internacional, em mostra no Tropenzmuseum (Museu Tropical), de Amsterdan, em 1999. Dirigido pelo Conselho Geral da Tribo Tikuna (CGTT), o museu é a mais antiga organização indígena existente no país.
Outro exemplo que destaca essa importância é a comunidade Bakairi da aldeia Pakuera, no Mato Grosso, que criou seu próprio museu em uma casa tradicional. A falta de apoio e de articulação com outras instituições culturais levaram ao fechamento desse museu em 1980.
O Museu Nacional/UFRJ, onde acontece a reunião, é uma instituição de referência nos estudos e pesquisas sobre os povos indígenas no Brasil, e possui o mais importante acervo de cultura material indígena do país, com mais de 32 mil peças, dentre elas alguns objetos que já não são mais produzidos pelos povos indígenas. Ele também é guardião do patrimônio gerado pelas expedições do Marechal Rondon no início do Século XX, em capítulos fundamentais para a história dos povos indígenas em nosso país.
Os primeiros brasileiros
A exposição Os primeiros brasileiros retrata especialmente os indígenas do Nordeste do Brasil. Já passou por Recife e Fortaleza sendo vista por mais de 50 mil pessoas. O visitante é estimulado a reexaminar seus conceitos e opiniões, distanciando-se de seus estigmas e preconceitos passando pelos três momentos da exposição: O mundo colonial, O mundo indígena e O Brasil contemporâneo.
A entrada é franca para crianças com até 5 anos e pessoas acima de 60. Crianças entre 6 e 10 anos pagam R$ 1, e adultos, R$ 3.
O Museu Nacional fica na Quinta da Boa Vista, s/n, São Cristóvão, Rio de Janeiro. Acessível para as pessoas com deficiência. Mais informações pelo telefone: (21) 2562-6042.
(Comunicação SID/MinC)
Participação do Leitor