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Curta “Amanda e Monick” ganha prêmio em Atibaia

Diretor participou do Revelando os Brasis. Leia a entrevista.


O jovem diretor André da Costa Pinto ganhou o prêmio de Melhor Vídeo em Atibaia como o filme “Amanda e Monick”. O filme é a terceira direção assinada por André após ele ter ganho o concurso de histórias Revelando os Brasis II para o qual produziu ” A Encomenda do Bicho Medonho” .
Formado em Comunicação pela Universidade Estadual da Paraíba, André foi entrevistado pela equipe da Secretaria do Audiovisual para falar sobre sua trajetória, sobre a participação no Programa Revelando os Brasis, sobre o apoio da Universidade aos realizadores e sobre seus planos para o futuro.

Leia abaixo a entrevista

Sav/MinC – O Revelando os Brasis foi importante para o começo da sua carreira? Qual contribuição do Programa para sua carreira?

ANDRÉ: A participação no Revelando os Brasis II foi fundamental para que eu pudesse entender e aprender a fazer audiovisual com qualidade. Desde muito cedo tive contato com as artes em geral, depois entrei para o curso de Comunicação da Universidade Estadual da Paraíba e comecei a produzir algumas coisas na área do audiovisual, mas tudo muito voltado para TV. Então veio a oportunidade de participar do projeto, inscrevi minha história, fui selecionado e a partir daí tive contato com um mundo mágico do qual fiquei viciado, afinal quando você começa a filmar não quer parar mais. O Revelando foi ponto fundamental nisso, pois além de aprender a fazer cinema, fiz contatos importantíssimos tanto com os professores quanto com a Bia Lindemberg e a Lúcia Caus, coordenadoras do projeto, esses contatos me possibilitaram conhecer mais pessoas e descolar oportunidades que me fizeram continuar a produzir audiovisual e ganhar uma certa visibilidade nacional. O projeto é fantástico!

Sav/MinC – Quais as principais dificuldades de se fazer cinema do Nordeste? Que tipo de políticas de incentivo você acredita que dariam certo para incentivar o processo de regionalização da produção cultural?

ANDRÉ: Em se tratando da iniciativa privada, a principal dificuldade é que a maioria das empresas ainda não estão educadas para apoiar projetos culturais e não tem uma visão de como esse apoio pode contribuir de forma positiva com a educação e socialização das pessoas. Quanto à iniciativa pública, partimos da premissa que os editais não são fáceis de conseguir, principalmente porque a formatação de um projeto para submeter a um edital é difícil e tem que contar com a ajuda de pessoas especializadas, por exemplo, contadores. Esse é um diferencial do Revelando os Brasis, o projeto não é tão burocrático quanto outros, o que o torna mais acessível. Depois acho que chegou um momento em que as pessoas das outras regiões do país tem que se dar conta que nós também fazemos cinema com temáticas urbanas, não mais apenas a idéia de seca e fome. É fundamental começar a ver o nosso cinema com outros olhos e ver que a uma enorme experimentação de linguagens, uma enorme variedade de temas e muita coisa de qualidade sendo produzida.

Sav/MinC – “Amanda e Monick” foi bastante elogiado principalmente pela originalidade do tema. Que outros projetos e temas você pensa em executar?

ANDRÉ: Agora estou me preparando para rodar meu primeiro longa, com uma temática bem urbana. Esse filme vai ser totalmente rodado na cidade de Campina Grande, Paraíba, e fala sobre relações de desejo, família, medo e acima de tudo humanidade crua. Consegui apoio através da Universidade Estadual da Paraíba, onde estudei e faço questão de citar sempre sua iniciativa, a Universidade vem apoiando projetos culturais dos alunos, tornando-se um importante agente multiplicador de cultura. É disso que precisamos, de instituições que apóiem nossos projetos e temos mais do que o dever de divulgá-las.

Sav/MinC – O filme trata de um tema que ainda desperta preconceitos, o dos travestis. Como foi a reação ao filme nas cidades onde foi produzido?

ANDRÉ: Diferentemente do que muitas pessoas pensam, a homossexualidade é algo mais tolerável nas cidades de interior, isso fica claro quanto à condição da Amanda como professora de ensino médio e fundamental. Então foi um trabalho muito prazeroso de ser realizado, até porque Amanda e Monick, juntamente com suas famílias, me receberam muito bem e me permitiram conduzir o trabalho de forma tranqüila, contando com o apoio de vários dos moradores da cidade, principalmente dos pais dos alunos da Amanda.

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4 comentários

  • hiago cortês

    8 de fevereiro de 2009

    Filme muito massa e muito corajoso, acho que deveria ser passado nas escolas do país para que muitos pais e alunos aprendam o que é respeito

  • RANGEL JUNIOR

    6 de fevereiro de 2009

    O André Costa Pinto é uma das grandes promessas do cinema nacional. A Universidade Estadual da Paraíba está de parabéns por reconhecer seu talento e apoiá-lo, o que dará ainda muitos frutos ao País.

  • Daniela Martins

    5 de fevereiro de 2009

    Assisti a esse curta no Festival do Maranhão, onde tb foi eleito como o melhor vídeo nacional. É de uma sensibilidade fantástica. Parabéns a Amanda e Monick e parabéns ao diretor pela coragem em produzir algo tão educativo.

  • hélio

    5 de fevereiro de 2009

    Esse curta, “Amanda e Monick”, é realmente fantástico! Acho o depoimento do pai sensacional. Gostaria muito que o meu pai tivesse a oportunidade de assistir isso, acho que ele entenderia um pouco sobre o que é ser pai.