O Maranhão está incluído na rota internacional de surf na pororoca. O fenômeno que acontece no Rio Mearim, na cidade de Arari, distante cerca de 160 quilômetros de São Luís, já é considerado pelos surfistas do estilo como um dos melhores do mundo por apresentar uma “onda perfeita”. O presidente da Associação Brasileira de Surf na Pororoca (Abraspo), Noélio Sobrinho, afirmou que em 2011 cinco eventos devem acontecer no estado, entre eles uma das etapas do circuito mundial de surf na pororoca.
Uma prova desse reconhecimento internacional do Maranhão como um dos lugares que apresentam a “onda perfeita” foi um evento que aconteceu em outubro deste ano na cidade de Saint Pardon, na França. Na ocasião, a grata surpresa veio através de um documentário produzido por surfistas de pororoca (bore riders) que estiveram no encontro internacional ocorrido na cidade maranhense de Arari. “Estávamos assistindo a uma série na qual eram mostradas as melhores pororocas do mundo. Malásia, Indonésia, Reino Unido e de repente o vídeo mostra Arari, Maranhão, Brasil. Todos os brasileiros que estavam no evento quase vibraram quando viram que aqui no nosso país tinha um dos melhores lugares para surfar a pororoca”, afirmou Noélio Sobrinho.
“Com o Projeto Pororoca, a gente leva cidadania, esporte, cultura, turismo e lazer”. A afirmação do diretor executivo da Abraspo, Ricardo Fernandes, revela que o surf na pororoca não é visto apenas como esporte, mas também como uma maneira de agregar conhecimento e dar uma importante contribuição para o crescimento da comunidade local. Dessa forma, o que antes acontecia somente como um mero campeonato de surf hoje é visto de forma mais abrangente.
Ainda falta investimentos – Embora já exista um reconhecimento de surfistas, entidades e órgãos de turismo, o prestígio local ainda parece um sonho distante. Nem mesmo o fato de ter sido selecionado pelo Ministério da Cultura é suficiente para garantir os investimentos necessários para a realização constante de festivais e campeonatos que têm como principal atrativo a pororoca. “Foram quase 300 projetos apresentados, entre secretarias de Turismo de Municípios e de Estados, além de organizações. Entre todos, nós fomos selecionados e recebidos em Brasília pela ministra do Turismo, à época Marta Suplicy. Mas ainda falta o reconhecimento aqui no Maranhão”, destacou Sobrinho.
Uma das propostas da Abraspo é apresentar um projeto de lei que torne o Festival da Pororoca um evento no calendário oficial do estado, nos moldes do que acontece com o Festival da Melancia. “Nós já temos a certeza de que um festival como esse trará um reconhecimento maior e poderá trazer ainda mais recursos para o município, a exemplo do que aconteceu no município de São Domingos do Capim, no estado vizinho do Pará”, completou Ricardo Fernandes.
O exemplo a que se refere o diretor executivo da Abraspo reitera a forte relação do turismo com o desenvolvimento local. Na cidade paraense, foram construídos seis hotéis, uma rodovia ligando a capital do estado – Belém – a São Domingos do Capim. “Em termos comparativos, Arari tem tudo para se tornar a capital mundial do surf na pororoca e queremos fazer com que o município lucre com isso, principalmente porque a distância entre São Luís e Arari é bem menor do que Belém a São Domingos do Capim”, destacou.
Encontro
Em janeiro, a diretoria da Abraspo espera ter uma reunião com a governadora Roseana Sarney para viabilizar ainda mais eventos no local e conseqüentemente fomentar mais o turismo local. “Estamos aguardando só uma definição na agenda da governadora, mas logo temos a certeza de que ela entenderá a iniciativa e nos apoiará”, finalizou Fernandes.
Participação do Leitor