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Especial – Cultura Indígena

Cerimônia oficializa criação do Centro de Cultura da Floresta, no Acre

Na quarta-feira, 1 de setembro, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, acompanhado de uma comitiva, seguiu pela primeira vez para Rio Branco, capital do Acre. O motivo da visita era, especialmente, a criação do Centro de Cultura da Floresta, mas, também, para o anúncio do resultado do edital Microprojetos da Amazônia Legal e a criação do Escritório Regional do Ministério da Cultura no Acre, o segundo na Região Norte do Brasil (o primeiro fica em Belém, no Pará).

O Centro de Cultura da Floresta é um projeto idealizado pelo povo Ashaninka, em parceria com o MinC e a Associação de Cultura e Meio Ambiente (ACMA). Ele será um espaço multiuso, com foco especial na valorização e na preservação do saber indígena. A infraestrutura, que prevê um auditório, estúdio para gravação musical e sonorização, camarim, depósito para materiais e um teatro de arena, está orçada em R$ 4,7 milhões e será implementada ao longo de três anos. No local, acontecerão cursos de gestão de projetos culturais e de políticas públicas em diferentes módulos. A parceria irá beneficiar diretamente mais de 6 mil habitantes dos 16 povoados da etnia Ashaninka da região (parte localizada no Brasil, outra parte, no Peru), além de outras 9 mil que vivem na reserva extrativista do Alto Juruá.

A cerimônia de assinatura do documento que oficializou a criação do centro aconteceu no Palácio Rio Branco, sede do governo do Estado do Acre. “O Ministério da Cultura acreditou no nosso projeto e chegou até aqui. Agora queremos provar que essa ideia é capaz de alcançar outros povos”, disse, durante a solenidade, o representante do povo Ashaninka, Isaac Pyanko.

Os Ashaninkas já eram idealizadores e mantenedores do Centro Yoreka Ãtame (veja aqui), que também é um Ponto de Cultura. Localizado no município de Marechal Thaumaturgo, no Acre, ele tem como objetivo ser um centro de vivência e aprendizado entre índios e não-índios.

Para João Fortes, representante da ACMA, o povo do Acre é “um povo que irradia a cultura da floresta”. Ele, que já conhece o povo Ashaninka há cerca de dez anos, garantiu que, em toda a sua vida de trabalho com comunidades indígenas, essa é a primeira comunidade que viu querer compartilhar os conhecimentos da floresta com índios e não-índios. “Com a continuação desse trabalho é que poderemos medir a irradiação desse pólo de conhecimento, para que seu modelo seja reproduzido em outros lugares”, disse. Segundo ele, o trabalho realizado pelos Ashaninka já é referência para outras etnias localizadas não só no Acre, mas também em Rondônia, Roraina e no Amazonas.

Muito feliz por estar no Acre pela primeira vez, o ministro Juca Ferreira saudou o trabalho que vem sendo desenvolvido na área da Cultura no estado. “Estamos vivendo um momento muito importante para a Cultura no Brasil, que tem sido tratada como uma necessidade humana, pois não há como pensar o ser humano sem a necessidade de recriar o mundo, de memória, de expressão cultural”, afirmou.

Sobre o trabalho dos Ashaninkas, Ferreira destacou que em uma época onde a situação do planeta encontra-se comprometida e em busca de soluções, a comunidade está “na linha de frente da experiência de se desenvolver com sustentabilidade” e que “esta é uma Cultura que pode emergir da região”.

Microprojetos e Escritório Regional

Durante o seu discurso, o secretário executivo, Alfredo Manevy, lembrou que esta é uma das maiores comitivas que o MinC já realizou. De acordo com ele, “ela está sendo feita porque foi estabelecida uma parceria maravilhosa com o Acre”. E foi também devido a esse comprometimento com a Cultura e as distâncias que separam as diversas subregiões da Região Norte do País que o Ministério da Cultura decidiu investir e inaugurar seu segundo Escritório Regional Norte, na cidade de Rio Branco, com o objetivo de atender também o Estado de Rondônia.

Na ocasião, Manevy também trouxe os resultados do edital Microprojetos Mais Cultura para a Amazônia Legal, que financiará projetos culturais localizados nos nove estados da região amazônica: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. E ainda informou aos acreanos que, no estado, 36 projetos foram contemplados, garantindo aproximadamente R$ 500 mil de investimentos. “Foram mais de 930 projetos inscritos apenas no Acre. De toda a região, chegaram mais de 2.700 propostas, que garantirão cerca de R$ 13,7 milhões de investimentos”, revelou Manevy.

O edital Microprojetos Mais Cultura para a Amazônia Legal é executado em parceria com a Fundação Nacional de Artes (Funarte) e com os governos estaduais da região.

Acompanharam o ministro da Cultura à viagem ao Acre o secretário executivo, Alfredo Manevy, o secretário de Identidade e Diversidade, Américo Córdula, o secretário do Audiovisual, Newton Cannito, e o diretor de Teatro, Dança e Circo da Funarte, Marcelo Bones.

Mais fotos, aqui.

(Carolina Monteiro, Comunicação Social/MinC)
(Fotos: Pedro França, Comunicação Social/MinC)

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