Entre reformas e desativações, o espectador fica com menos opções para ver filmes
Izabella Peregrino
Conhecida por ter um público que aprecia a sétima arte, Brasília perdeu 15 salas de cinema só neste ano. De 2008 para cá, contabiliza-se menos cinco salas do total de 88 da época. O multiplex do ParkShopping, por exemplo, fechou as portas por causa das reformas que vão adequar as salas ao novo padrão do Severiano Ribeiro, o Kinoplex. A previsão é de que ele volte a funcionar no final de junho. O Cine Academia também não tem previsão de voltar a ativa desde que pegou fogo há cerca de duas semanas.
Segundo informou a diretora do Cine Academia, Donatella Farani, vai demorar até que o cinema reabra suas salas, pois ainda falta terminar a perícia do local. “Só quando o laudo dos Corpo de Bombeiros sair poderemos arrumar as salas para voltar a funcionar”, disse. Neste ano, dois outros cinemas fecharam suas portas, o Severiano Ribeiro Brasília Shopping e Cine Academia Deck Norte.
O Distrito Federal possui cerca de 3% das salas de exibição do BRASIL, segundo dados da Agência Nacional do Cinema (ANCINE) de 2008. São Paulo é o estado com o maior número, cerca de 800. Em Brasília, existem quase 28 mil habitantes por sala de cinema. O Centro-Oeste, entretanto, ocupa o segundo lugar no quesito venda de ingresso per capta, com 0,49 ingresso por habitante, atrás somente da região Sudeste, com 0,60.
O primeiro complexo cinematográfico de Brasília, o ParkShopping (inaugurado em 1987 com oito salas) não será o único Se veriano Ribeiro a fechar as portas para entrar no novo padrão Kinoplex proposto pela empresa. No final do ano passado, Francisco Pinto, diretor de planejamento e expansão do Grupo Severiano Ribeiro, explicou que o Pátio Brasil também será reformado. Na época, ele esclareceu durante a inauguração do Kinoplex Boulevard, que as salas do Brasília Shopping seriam desativadas por não comportar a reforma e porque o novo cinema abarcaria o público da Asa Norte sem problemas.
Nos últimos anos, outros cinemas também fecharam as portas, como é o caso do Cine Karim (110/111 Sul), em 2000, e o Cine Márcia no Conjunto Nacional. Tanto o Cine Karim quanto o Cine Márcia tiveram grande importância para quem morou no Plano Piloto. Era muito comum ver pessoas indo passear no Conjuto Nacional e fazendo uma parada estratégica para ver um filme no Cine Márcia, um típico programa de família de classe média no final de semana.
O primeiro, contudo, virou uma igreja para depois ser transformado em academia, uma perda para os brasilienses, pois sua tela era a maior da cidade. O segundo, há cinco anos é ocupado por uma loja de departamento de marca. O Atlântida e Miguel Nabut, do Conic, também tiveram destinos semelhantes.
Participação do Leitor