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Pontos de Cultura – O Brasil em Teia

Diário do Nordeste, Caderno 3, por Henrique Nunes, em 25/03/2010

Começa hoje, no Dragão do Mar, a Teia Brasil 2010 – Tambores Digitais. O evento do Ministério da Cultura promove a reunião de representantes de 2.500 Pontos de Cultura, entre debates e mostras artísticas

Bem com a cara do Brasil. Diversa, com nossas riquezas, nossas limitações. A Teia Brasil 2010 – Tambores Digitais inicia hoje sua rotina de debates, discussões, trocas de experiência, interações artísticas, culturais, proporcionadas através da reunião de representantes dos 2.500 Pontos de Cultura, o projeto cultural mais impactante, já promovido pelo Ministério da Cultura. Pelo menos para as comunidades em que eles atuam, beneficiadas diretamente por uma profusão de iniciativas que, desafiando as lógicas de um mercado habitualmente à espera apenas de incentivos fiscais e benefícios mais diretos, envolvem diversas matrizes da cultura brasileira.

Assim é que a Teia Brasil promove debates, seminários, discussões, além de programações artísticas que envolvem shows de gente dos Pontos de Cultura e ainda atrações nacionais. Em alguns casos, inclusive, as duas coisas, como é o caso de Fagner, “dono” de um “Pontão” em que se viu transformada, por livre espontânea vontade e mérito, sua Fundação. Outros cearenses também tomaram o palco da Praça Verde na noite de hoje, a Orquestra Eleazar de Carvalho e a banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto. A noite contará ainda com os Pontos de Cultura e com BNegão, músico carioca que apresenta sua visão de mundo urbana, em alguns momentos bastante próxima de várias outras cidades brasileiras. Apenas o começo de uma programação que se estende até domingo, preparando o ânimo para os debates que devem se aprofundar.

Até lá, nomes como Jorge Mautner, Mombojó e Chico César dividirão o mesmo chão com gente mais desconhecida, mas não menos disposta a mostrar um pouco das identidades do nosso País. Hoje começa a festa da Teia no Dragão do Mar.

Mostra artística

Hoje

19h – Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho e Irmãos Aniceto (Ceará/Fortaleza)
19h40 – Ato de Coroação das Rainhas do Maracatu (Ceará/Fortaleza)
21h – Fagner (Ceará/Fortaleza)
22h15 – Ponto de Cultura Manguerê – Grupo Cultural Manguerê (Espírito Santo/Vitória)
23h – BNegão (Rio de Janeiro)
23h45 – Danças Circulares da Amazônia (Mana-Mani) – Carimbó Os Quentes da Madrugada (Pará/Belém)

Local: Praça Verde do Centro Dragão do Mar

Não tem separação

Augusto de Campos, Arnaldo Antunes, Sérvulo Esmeraldo, Francisco Almeida, Liara Leite, Stênio Diniz, José Albano, José Lourenço, José Roberto Aguilar, Narcélio Grud, Tércio Araripe, Selma Parreira, André Santangelo. Uma representação singela e robusta de várias gerações e regiões renovadoras das identidades culturais do País. Sob “escolas” ou prismas sociais como os dos Pontos de Cultura. Todos, agora, ao mesmo tempo, em três espaços do Centro Dragão do Mar. É por aí que anda a curadoria proposta pelo artista plástico Bené Fonteles para “Pegando a Teia: tradição, atrito e ruptura”, que abre hoje em uma das galerias do Memorial da Cultura Cearense, no Espaço Mix e ainda no hall em frente à livraria do centro cultural.

“Os Pontos de Cultura são uma proposta que, a partir da filosofia do Gilberto Gil, encampada pelo Ministro Juca Ferreira, estão dão certo, estão encontrando uma receptividade excelente, promovendo arte não só em torno da cultura popular, arte sem separação”, considera o artista plástico paraense, há 19 anos radicado entre Brasília e um País que lhe é íntimo.

Assim, Bené consegue não apenas reunir objetos, gravuras, artes, dos mais diversos suportes e linguagens, para sua coleção, mas espalhar pelo país um pouco da sua própria experiência, das suas próprias vivências na companhia de outros artistas, visuais, literários, cinematográficos, musicais. E ainda: manter contato para projetos como os que tomaram todas as Teias, a última, no Museu Nacional, vista, em 2008, por 110 mil pessoas: “Nem é erudito Nem é popular – arte e diversidade cultural”. Uma proposta que se coaduna com o pensamento do poeta e jornalista TT Catalão, em torno do conceito “RupturaConTradição”, que deve render novas discussões a partir da sua inclusão nesta participação na Teia de Fortaleza.

Três espaços para a arte

No Espaço Mix, em frente ao planetário do Centro Dragão do Mar, o público poderá conferir livros, CDs e outras referências mais diretas aos instrumentos musicais, considerados sob o prisma da vanguarda de Walter Smetak, Uakti e Egberto Gismonti, e da arte, de Tércio Araripe e Narcélio Grud, este premiado pela Funarte para produzir uma série, bastante elogiada por Bené, que partirá do Dragão para as ruas de Fortaleza.

Na galeria 2 do Memorial da Cultura Cearense, ficarão os nomes citados no começo, entre projeções e sons relacionados. E no trajeto até a livraria, outros elementos da cultura brasileira, da arte urbana de Mônica Nador e da vanguarda de Luís Hermano a bordados do Rio São Francisco ou um Boi de Alagoas. Uma teia de conhecimento em alguns metros quadrados.

MAIS INFORMAÇÕES
Pegando a teia: tradição, atrito e ruptura. Exposição com curadoria de Bené Fonteles. De hoje a 30 de março, no Centro Dragão do Mar.

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