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Diretor do MinC nega censura e defende política de museus

Folha de S. Paulo - SP, Da Redação, 30/01/2008

 Em resposta à entrevista com Paulo Herkenhoff publicada ontem, José Nascimento Junior diz que o ministério ajuda o Masp; Ivo Mesquita defende vazio

O diretor do Departamento de Museus e Centros Culturais do Iphan, órgão do Ministério da Cultura (MinC), José Nascimento Junior, rebateu ontem as críticas do curador e crítico Paulo Herkenhoff, que, em entrevista publicada ontem na Folha, disse que “o MinC não está aparelhado tecnicamente para melhorar o Masp”.

“O MinC já ajuda o Masp, tendo autorizado na Lei Rouanet uma captação de R$ 8,1 milhões para o museu”, afirma Nascimento Junior.

O diretor do MinC também fez ressalvas a outras críticas que Herkenhoff fez ao setor, como uma suposta censura a uma mostra do artista gaúcho Xico Stockinger que ocorreria no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no Rio. O curador também disse que a origem de Nascimento é “stalinista”.

“Não me lembro de nenhum caso de censura no Museu Nacional de Belas Artes, nenhum veto a qualquer artista. Não há nenhum documento que relate tal censura. Mas o que há sempre são cuidados na análise dos projetos, mesmo que sejam com dinheiro incentivado. E minha origem não é stalinista.”

Nascimento Junior defende a atual gestão do MinC. “Há uma ampla aprovação pública dessa política de museus pelo ministro Gilberto Gil, pelo presidente Lula e por organismos internacionais. A política nacional de museus é vitoriosa.”

Sobre o grampeamento de e-mails no Museu Imperial, citado por Herkenhoff e divulgado pela Folha na coluna de Elio Gaspari em março passado, o diretor do MinC diz que há uma investigação em curso fora da esfera do ministério. “O caso está sendo investigado pela CGU [Controladoria Geral da União], pela PF [Polícia Federal] e pelo Ministério Público Federal. Se ele sabe de alguma coisa, tem de denunciar a alguns desses órgãos.”

“Herkenhoff é um grande curador, deveria estar preocupado só com artes, não mais com questões administrativas”, avalia Nascimento Junior.

Bienal

Herkenhoff também disse na entrevista publicada ontem que a “Bienal precisa, de fato, se pensar”, em referência ao andar que o curador Ivo Mesquita pretende deixar vago na próxima edição da mostra como um espaço para a reflexão. “Mas é uma solução de economia de tempo”, disse Herkenhoff.

Procurado ontem pela reportagem, Mesquita disse que estaria ocupado o dia todo e que não poderia se manifestar até o fechamento desta edição.

Mas após um debate sobre a Bienal organizado semana passada pela Associação Brasileira de Críticos de Arte no MuBE, Mesquita disse à Folha que sua idéia de deixar um andar vazio não se trata de uma tentativa de tapar um buraco e que sempre esteve em seus planos.

“As bienais hoje são todas iguais. A Bienal reúne 120 artistas, mas são só 120 artistas. Como se organizam esses 120? Quando você tem um tema, você pode fazer com 120, com 30″, disse Mesquita.

Segundo seu projeto, a mostra orçada em R$ 9 milhões terá um piso dedicado ao arquivo histórico da Bienal e um andar vazio, enquanto o térreo deverá receber performances, vídeos e festas. “Talvez não tenha pintura na parede, mas tem artistas produzindo trabalho. Já chegaram quatro deles. A idéia é apresentar todos os projetos até depois do Carnaval”, disse Mesquita na semana passada.

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