Palácio da Cultura foi construído entre 1936 e 1945, no Rio de Janeiro
Edificação que é um marco da arquitetura moderna no Brasil, o Palácio da Cultura Gustavo Capanema completou 60 anos nesta segunda-feira, dia 3 de outubro.
O projeto foi desenvolvido sob a responsabilidade de uma equipe formada por Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Hernani Vasconcelos e Jorge Machado Moreira, dentre outros nomes da nova geração de arquitetos brasileiros daquela época.
Foi um dos primeiros prédios construídos conforme a cartilha modernista – rigorosa aplicação, em grande escala, dos cinco pontos da arquitetura postulados por Le Corbusier: planta livre, fachada livre, pilotis, teto-jardim e aberturas horizontais.
Na opinião do ministro da Cultura, Gilberto Gil, a obra ‘é um marco inaugural, marco da nova arquitetura brasileira e mundial, marco da invenção na história da cultura brasileira. É uma prova nítida da nossa capacidade de assimilar, criativamente, linguagens internacionais, nelas imprimindo a nossa marca própria e original, não mais como eterno caudatário ideológico, mas antecipando-se na própria realização’.
Tombado há 55 anos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o edifício foi construído entre 1936 e 1945, para sediar o antigo Ministério da Educação e da Saúde, no Rio de Janeiro, durante a gestão do então ministro Gustavo Capanema. Atualmente, além de ser a sede do Ministério da Cultura na cidade, abriga órgãos e instituições vinculadas ao MinC como a Fundação Nacional de Arte (Funarte), o Arquivo Central e a Biblioteca Noronha Santos do Iphan, e o escritório de Direitos Autorais, dentre outros.
Monumento ao Modernismo
O Palácio da Cultura Gustavo Capanema tem painéis de azulejos desenhados por Cândido Portinari e executados por Paulo Rossi Osir, jardins projetados por Burle Marx e obras de arte expostas ao ar livre. O prédio é formado por um bloco de 14 andares, construído no meio do terreno sobre pilotis de dez metros de altura e tendo como base, em uma das extremidades, uma ala baixa, ocupada por um auditório, de um lado, e por um grande salão de exposições, de outro.
O espaço deixado livre em volta do edifício permite desfrutar de amplas vistas sobre jardins, tratados paisagísticamente, que evidenciam um exemplo espetacular de como as construções deveriam ser alocadas em qualquer centro urbano.
Na cobertura, um terraço ajardinado, sobre o qual se elevam os reservatórios d’água e a sala de máquinas dos elevadores.
No primeiro andar, os revestimentos de granito e as paredes envidraçadas junto aos painéis de azulejos de Portinari completam a função plástica de cada unidade.
O edifício é caracterizado por duas paredes imponentes, revestidas de gnais pedra de galho, uma em cada extremidade do grande bloco. Uma grande fachada a sudeste, completamente envidraçada, e outra a noroeste, protegida por brise-soleils horizontais.
Destacam-se, também, a escada helicoidal de acesso ao Salão Polivalente; o enorme painel pintado por Portinari, autor também dos afrescos menores da Sala de Conferências; uma escultura de Celso Antônio Dias, no Salão de Exposições; um conjunto de esculturas de Bruno Giorgi denominado Juventude, ao sul da esplanada; e, no outro lado, na parede curva do Auditório, a escultura o Prometeu Libertado, de Jacques Lipchitz.
(Letícia Alcântara)
(Comunicação Social/MinC)
Participação do Leitor